O novo analfabetismo

Ter a capacidade de ler e escrever não nos torna imortais.

 

Saber ler e escrever é um dado adquirido nos tempos que correm, mas poderemos afirmar que todas as pessoas que têm estas capacidades são alfabetizadas?

 

A verdade é que cada vez mais assistimos a uma evolução desequilibrada do mundo digital em detrimento do mundo real e sensorial. Os seres humanos estão a criar dependências comparáveis a drogas ilícitas, álcool e tabaco, sob a forma de conteúdos e aparelhos digitais. Está a chegar a um ponto de rutura, em que fica difícil distinguir a realidade da IA (Inteligência Artificial), e é aí que se encontra uma nova forma de analfabetismo, se quisermos o analfabetismo (não) funcional.

 

Não me interpretem mal, as ferramentas IA são muito úteis e, quando usadas com moderação e perspicácia, são um grande aliado ao trabalho humano. Mas, de momento caminhámos para o extremo, onde o ser humano poderá tornar-se obsoleto, e não me refiro apenas ao nível físico.

 

Ao mesmo tempo que escrevo, nasce um novo protótipo de ser humano. Elementarmente, este ser humano não tem diferenças físicas em relação ao ser humano do passado recente, porém a sua forma de pensar é muito diferente. São seres humanos não funcionais, porque dependem da tecnologia para tudo, até para a obtenção de conhecimento outrora procurado em livros ou transmitido via oral. No entanto, o mais grave é a falta de opinião própria e a incapacidade de distinguir o bem do mal, o que os aproxima de um ciborgue.

 


 

 

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