Perda do sentido de pertença
Cada vez mais sentimos que não pertencemos a lugar algum neste mundo globalizado.
Não se trata apenas da questão física, sob a forma de um espaço, cidade ou país. Mais do que isso, trata-se da perda ou incompreensão da própria identidade cultural. A Cultura é um conceito complexo e em constante mutação e tende a acompanhar as mudanças dos tempos e evolução tecnológica, ou pelo menos é esse o objetivo. No entanto, as constantes pressões sociais afastam os jovens da Cultura que os viu nascer, quer por necessidade laboral, quer por falta de investimento do próprio país.
Não podemos esperar que no clima atual de fácil acesso a outras realidades, as pessoas não procurem experienciar outros costumes e tradições culturais, e esse nem sequer é o problema...O problema é que não existem medidas suficientes para proporcionar um aumento do interesse pela Cultura, o que acaba por provocar, especialmente com o crescente aumento da taxa de envelhecimento em Portugal, o fim de algumas tradições milenares.
Este risco aumento ainda mais quando se trata do Património cultural imaterial, porque é transmitido via oral e, por esse motivo, é mais difícil preservá-lo e inventariá-lo. Todavia, este tipo de Património é também uma potencial forma de recuperar o sentido de pertença, devido à sua natureza flexível e cativadora.
Então, concretamente como recuperámos o sentido de pertença? Facilitar o diálogo com as entidades culturais competentes é um começo. Mas o principal foco deve estar em dar voz às comunidades, principalmente as mais remotas, colocá-las em interação com o exterior da sua bolha e zona de conforto, e vice-versa.
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